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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

21 anos.


21 anos é uma eternidade. Onde você quer estar daqui a vinte e um anos? Como você será? O que terá acontecido ao longo desses vinte e um anos? 21 anos é uma eternidade. Se eu estiver vivo, e falo isso respeitando a morte como quem respeita um velho amigo, daqui a vinte e um anos eu terei 55 anos. Minha filha terá 27. Já será uma mulher e já terá uma longa história. Já poderá ter sido mãe e eu já poderei ter sido avô. Imagino quantos netos terei. Será apenas um, mimado e genioso como eu fui? Serão dois, três...

Daqui a vinte e um anos, por que lugares eu terei passado? Que histórias novas eu terei para contar? Quais histórias eu terei esquecido e quais as histórias que eu nunca esquecerei.

21 anos é muito tempo. Uma eternidade. Mas os que nascem hoje, daqui a 21 anos, estarão se tornando legalmente maiores. (Confesso que nunca sei qual a diferença da maioridade aos 18 para aos 21, se é que ela ainda existe. Está tarde para consultar meu advogado). Daqui a vinte um anos, os nascidos hoje, 22 de setembro de 2011, se tiverem boa sorte e se o sistema de ensino for o mesmo que o atual, eles estarão no meio pro final da faculdade, naquela fase em que começamos a ter segurança, nos achando adultos, mas que continuamos a fazer as mesma merdas que fazíamos quando adolescentes... Se bem que alguns nunca deixam de fazer. Desejo saúde aos que nascem hoje e que estes tenham sorte de chegar com felicidade aos 21 anos, daqui a 21 anos...

21 anos é muito tempo. Quantas pessoas novas você vai conhecer nos próximos 21 anos? Com quantas será apaixonado? Com quantas fará amor? E com quantas fará uma sacanagenzinha casual? Além disso, quantas se tornarão amigos? Amigos de verdade, com os quais você possa caminhar os 21 anos seguintes – no meu caso, até os meus 76 anos de idade.

Quantos livros você terá lido? Quantos filmes você terá visto? Por quantas revoluções tecnológicas você terá passado? Imagine você contando aos seus filhos, seus netos, que você teve um Ipad 2 e eles te perguntando o que era isso ou  como você conseguia operar algo tão tosco, tão arcaico. Imagine, daqui a 21 anos, como serão os carros, as ruas, como se vestirão as pessoas...

Será que daqui a 21 anos nosso planeta terá sobrevivido há nós? Quantas “crises” econômicas ocorrerão até lá? Será que os oceanos invadirão as cidades? Será que ainda teremos calotas polares? E petróleo? Estaremos cavando até o centro da terra para buscar energia? E o clima, que já está louco, o quão insano estará daqui a 21 anos...

São infinitas as perguntas e as possibilidades para daqui a 21 anos. Seriam perguntas sem fim. E sem uma resposta precisa. Não agora. 21 anos é muito tempo.

21 anos atrás minha vida mudou. Há 21 anos eu perdi algo muito importante. Muito. Foram doídos esses 21 anos nessa coisa que mudou. Pesou, deu saudades, deu raiva, deu medo, deu um monte de coisa. Por conta disso, eu tive que me virar. E, muito por conta dessa perda, e de ter que me virar, eu sou quem eu sou hoje. E só hoje, passada essa eternidade, eu pude entender porque e aceitar essa mudança, essa perda. E é muito bom, bom pra caralho, poder sentir que, mesmo tendo se passado 21 anos, está tudo finalmente bem. E que eu to muito feliz de que as coisas estejam finalmente bem em mim. Feliz demais.

Obrigado ao tempo que cura e ao tempo que temos para aprender. Obrigado.

Um comentário:

Julia disse...

Obrigada ao tempo que me traz lindos textos e lindos amigos, afinal amigo é "tudo".