Pesquisar este blog

domingo, 31 de julho de 2011

Corre livre e solto o rio...

Rio de janeiro de noites quentes
e lentos goles de cerveja gelada.
Saudades das manhãs de março
daquelas de sorriso, de chamego,
da cintura clamando um abraço,
num domingo azul qualquer nublado.

Tempos corridos, apressadas meninas
É carnaval, esquindô, olelê
Rio de rios que cruzam pernas
macias coxas, ancas nuas.
Rio águas turvas, verdes olhos.
Suave mordida.

Rio de maio menina,
águas ralas lavando avenidas,
molhando saias, cabelos e beijos,
atropelados pela pressa de junho.
Nuvens ocultam sonhos
pretensas lágrimas fogem
e não rio de julho,
pois julho dói.

Rio de fins de agosto
Desgosto e decisão
Faz frio e segue o rio
onde deságuo ilusões
que desembocam setembro.
Finjo medo e rio.
Finjo rio e medo.
E rio do outubro que virá
aplacar velhos infernos
e reacender alguns novos
rios de fogo no peito vazio.


ML
Rio de Janeiro, 09 de setembro de 2003