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domingo, 12 de junho de 2011

Labirinto.

Eu não sei como viemos parar nesse labirinto. Eu falei que ia pra direita depois da quinta briga, mas você decidiu ir na direção contraria. Nos desencontramos. Voltei pra te procurar e perdi minhas referências. Quando voltei, não te encontrei mais. Eu não sei se a direita era o caminho certo ou a esquerda, mas o fato é que estamos os dois perdidos nesse labirinto. Certo seria não brigarmos e talvez ainda estaríamos juntos. Mas, mesmo se não brigássemos, não seria certo que estaríamos juntos. Teríamos um talvez. Poderíamos, mesmo sem brigas, nos distrair com as árvores, os pássaros, as plantas, o sol, a vida que há nesse labirinto e, num desses instantes, poderíamos soltar as mãos e nos perder. O caminho é tão belo e cheio de novidades que poderíamos nos perder. Talvez você simplesmente fosse na direção contraria. Mas nos perdemos por brigas e por brigas as quais eu não lembro o motivo, o que me faz pensar que eu perdi você e não fomos nós que nos perdemos.  Talvez voltar fosse o caminho e você esteja na direção certa e eu devesse ter voltado antes da quinta briga. Devíamos, eu sei, não ter brigado, mas por algum motivo, aquela coisa pequena e tosca, aquela besteira, era importante. Mas era, sempre foi, uma besteira. Sei lá, não importa. Não importa falar de motivos, nem de culpas. O passado está lá para aprendermos com ele, mas nosso futuro depende de nós, agora, no presente.

Eu não sei como viemos parar nesse labirinto. O caminho onde antes havia árvores, pássaros, plantas, sol, vida, agora está cinza, deserto. Há paredes sujas em longas retas, com pequenos becos ao redor. E bate um vento frio e comprido. É noite e o frio parece que vai apertar. E pensar que você está também perdida nesse lugar. Será que você está por aqui? Onde será que você está? Penso que você ainda deve estar por aqui e, antes de pensar em sair desse lugar, queria te encontrar. Acho que passaríamos por essa noite fria abraçados, certamente assustados, mas, ao amanhecer do dia, veríamos de novo o sol e o calor e o caminho bonito. Veríamos que as paredes eram apenas sombras e que tudo ali estava em seu lugar. Mas não estarão todas as coisas em seu lugar se você não estiver aqui. Talvez acordássemos e ainda sim víssemos o deserto e o frio, mas ainda assim poderíamos nos aquecer e procurar um saída juntos. Por isso mergulho nesse quebra cabeça, a procura de você. Sem saber se vou te encontrar. Sem saber se, quando te encontrar, você não tenha traçado outro caminho, mudado de destino ou qualquer outra coisa.

Completamente perdido. Sem rumo, sem direção. Se eu não lhe achar, vou esperar que um dia você me ache. Estarei, como sempre, a caminhar. Talvez eu ache um rumo, uma direção, talvez eu me encontre. E, talvez, nossos caminhos se cruzem e, talvez, possamos dar as mãos de novo e caminhar juntos. Mentira. Falo isso para me confortar, somente para me confortar. Para buscar dentro de mim algum calor. O que eu queria era você agora me dizendo Acorda, isso é um pesadelo e você está atrasado pra trabalhar, mas antes de levantar, me beija e me ama. Mas eu to acordado e preso entre essas paredes, podendo seguir qualquer direção, e sem querer direção nenhuma senão o caminho de volta. Há silêncio e só por aqui.

Eu não sei como viemos parar nesse labirinto, mas gostaria de sair daqui com você.

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