Ela: Assisti
ontem o Abujamra recitando Marina Colasanti. A gente se acostuma... eu não quero me acostumar.
Eu: Tem
coisas que a gente pode se acostumar, tem coisas que não... Não trabalho com
regras.
Ela: Isso é
bom. Ou melhor, seria bom, se fosse verdade. Regras são para serem quebradas!
Mas não acredito em você. Acho que você é uma fraude. Você trabalha com regras,
regras diferentes, suas regras, mas eu gosto disso. E gosto das falsas verdades
que você fala. Você é cheio das falsas verdades. Elas não são mentiras, mas são
falsas verdades. E eu não quero me acostumar, já disse.
Eu: Hum...
Pode ser. Normalmente eu ia ficar puto ouvindo isso, mas vindo de você, agora, não tenho como dizer que você não esteja certa.
Ela: Eu sei. Eu sempre estou. Você sabe...
Eu: Falando em verdade, a verdade é que eu acho um elogio quando você percebe que as falsas verdades que eu digo não são mentira. Só os inteligentes, e são poucos, percebem isso. Eu sou uma fraude e me orgulho disso. Sempre achei maneiro cagar regra sobre coisas que eu realmente não me importo.
Ela: Vcoê fala pra caralho e não diz nada...
Eu: Mas é... O mundo inteiro é uma mentira e eu me considero uma mentira sincera. Ou será que eu estou mentindo pra mim? A verdade é que eu só não gosto do generalismo. Ainda mais quando sou eu que faço, mas o mundo inteiro é uma mentira. Mas, se é pra mentir, e todo mundo mente, aprendi isso vendo House, que seja sobre coisas diferentes.Um mentira inédita demora mais a ser descoberta.
Ela: Eu sei. Eu sempre estou. Você sabe...
Eu: Falando em verdade, a verdade é que eu acho um elogio quando você percebe que as falsas verdades que eu digo não são mentira. Só os inteligentes, e são poucos, percebem isso. Eu sou uma fraude e me orgulho disso. Sempre achei maneiro cagar regra sobre coisas que eu realmente não me importo.
Ela: Vcoê fala pra caralho e não diz nada...
Eu: Mas é... O mundo inteiro é uma mentira e eu me considero uma mentira sincera. Ou será que eu estou mentindo pra mim? A verdade é que eu só não gosto do generalismo. Ainda mais quando sou eu que faço, mas o mundo inteiro é uma mentira. Mas, se é pra mentir, e todo mundo mente, aprendi isso vendo House, que seja sobre coisas diferentes.Um mentira inédita demora mais a ser descoberta.
Ela: Ou não... Fodam-se as suas mentiras. Você
fala demais. É prolixo demais. Tem gente que te acha chato demais... As vezes
eu acho... Mas as vezes é bom entrar nessas viagens suas, principalmente para as pessoinhas de cabeça vazia... Mas esse seu blablabla não
levam ninguém a lugar nenhum. Você sabe disso, né?
Eu: Não
leva? Depende de aonde você quer ir. Tem uma ou outra que eu levo. Mas, não tenho a intenção de levar ninguém a
nenhum lugar...
Ela: To com
uma vontade imensa de viajar... adoro aquela sensação de sair, de conhecer o
novo, de não saber o que pode acontecer, mas que venha o que tiver que vir. Vontade
de praia do nordeste, moqueca de peixe, rede na sombra do coqueiro e água de
coco gelada.
Eu: Viaje.
Viajar é bom. Mas isso assim parece uma fuga. Você está fugindo?
Ela: Não
sei. Você está?
Eu: Talvez.
Fugir é diferente de buscar, né? Mas as vezes pode ser meio parecido. Achava
que eu estava fugindo de algumas coisas, mas de vez em quando me percebo
buscando outras. E tem vezes que eu me vejo buscando algumas coisas quando na
verdade estou fugindo de outras. Tenho dificuldade de saber onde estou. E acho
um saco ficar me analisando de instante em instante... Pra isso eu pago a
análise...
Ela: Eu
queria viajar. Preciso de novos ares. Buscar algo ou fugir disso aqui. Estou
cansada...
Eu: Viajar
é também uma expressão de solidão. Nada mais solitário que um viajante...
Ela: É verdade,
mas também depende da viajem. Viajar acompanhado é bom demais! Eu gosto.
Eu: Mesmo viajar \acompanhado.
Há, quando a gente muda de cenário de fundo, muda de lugar, fica longe de casa,
uma solidão que nos acompanha...
Ela: Ah,
mas essa solidão nos acompanha do nascimento à morte, viajando ou não.
Eu: Sim,
mas uma certa dose de rotina nos distrai dessa solidão. A mesma rotina que, em
outras questões, nos sufoca. É preciso, sempre e para tudo, buscar o
equilibrio. Mas, definir e saber onde está esse equilibrio é que são elas. O
equilibrio é uma utopia.
Ela: Você e
suas falsas verdades... Chato. Só Buda achou o equilibrio
Eu: Cada um
tem o seu. Ou ninguém o tem... Buda sempre me lmebra bunda. O equilibrio da bunda é o cu? Pronto, acabou a
seriedade. Deixa eu ver sua bunda? Gosto dela. Ela gosta de mim.
Ela: Gosto de você gostar da minha bunda. E gosto de pensar que não é só dela, mesmo não tendo muita certeza disso. Mas, das minhas preocupações agora, essa é a menor. E, sei lá como, eu até gosto de você.
Gosto até da sua seriedade equilibrada com essas besteiras, se não tudo fica
muito pesado e chato. Alias, você é chato e é pesado e eu até gosto de você.
Isso é impressionante. Acho que sou eu que preciso de terapia.
Eu: Acho
que você precisa de sexo. Mais um pouquinho.
Ela: Sempre
preciso. Tem vida em você ainda? Qualquer coisa eu me viro...
Eu: Quase.
To me recuperando, mas já dá pra começar a brincar. Tem coisas que a gente se
acostuma. Me manda o link do Abujamra?
Ela:
Depois... Vê cá agora... Deixa de ser chato e para de falar. Você precisa
aprender a calar a boca de vez em quando. Me come de novo?
Eu: Como.
Mas você falou que não quer ser acostumar.
Ela: Falei?
Não lembro. Me come?
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