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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nós. (novembro de 1995)


Nós.
Eu e você.
Partes de um mesmo sonho,
cores de um mesmo ensaio.
Preto e branco,
por assim dizer.

Nós.
Você e eu.
Juntos na mesma loucura,
quebrando extremas diferenças,
brotando nova postura,
lutando para não ruir,
os nós.

Partes do laço,
ritmando fraco compasso.
Parte do céu,
o sonho do véu
em que, vestida de branco,
tu fazias do laço
uma porção de nós.
No mundo inteiro,
Juntos, estávamos a sós.
Nós.
Eu mais você.
Num só.
Desejo involuntário de calor.
Em tempo de lágrimas,
surgiu teu sorriso.
Fundiu-se a alegria e a dor.
E a tormenta desvairada parou,
calada por completa,
angustiada por não ser eterna.

Nós.
Atados na utopia de um sentimento,
ao qual agradeço,
não lamento.
Nós.
Despidos de sanidade,
em um laço
que amarra mais que nossos corações.

Nós.
Eu e você.
a sós.

3 comentários:

Graça Nadais disse...

Acho que você se enganou. O "seu texto" é poesia sim. Graça Nadais

Mário Lyra disse...

Obrigado, Gracinha!!! Saudades suas!

andrea disse...

Adorei sua poesia:) Não conhecia o Maroba romantico... Sensível, eu sempre soube.