Pesquisar este blog

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Poltrona vazia

E de repente eu cismei que o amor da minha vida ia, de repente, sentar ao meu lado na poltrona do avião. 

Era uma brincadeira, uma piada, ou apenas um desejo de que sentasse ali uma mulher linda e interessante. Mas, nas três horas de vôo, eu me recenti da cadeira vazia, fui murchando, ficando pequendo,  pensando se eu de alguma maneira nasci para o amor. Ou se o amor nasceu para mim. A poltrona vazia da fileira 13. Deu defeito.

Pensei no porque de tanta insistência em querer sentir-me amando. E não é sentir-me amado. É amando. A questão é a necessidade de sentir, de ter alguma coisa que aperta no peito, alguém que preencha (não sei o que), alguém que se sinta saudade e que se reconheça. Coisas do gênero, entende? Mas sempre no sentido de dentro pra fora, de dar. É nisso que eu insisto. E não tenho idéia do porque.  E pensei também em quantas mentiras eu já não inventei por querer sentir qualquer coisa. Eu já menti tanto que eu nem sei se já senti de verdade alguma coisa. Mentiras para mim. Só para mim. As outras mentiras são de outro texto. Ou não. Claro que eu já amei, eu acho. Mas mesmo assim, invento muito. E o amorzinho vira o maior amor do mundo... Enfim...

De novo, eu cismei. E do lado da poltrona vazia do avião, precisei sentir-me amando, mesmo que o vazio. Só porque o filho da puta aqui cismou. E por cismas, me coloquei em muitos desencontros e  desassossegos, sempre desnecessários. Ou quase. Sonhos e ilusões. Amor, mesmo inventado, é bom. Melhor que o vazio. 

Não nasci para amar. Ainda.

Nenhum comentário: