Hoje me falaram que eu me exponho demais. Que eu conto minha vida demais. Que eu escrevo aqui demais. Que eu falo demais. Que eu penso demais. Que eu sinto demais. E, em falando demais, deixo que as pessoas opinem demais. Deduzam demais. Interpretem demais. Julguem demais. Pensem, presumam, especulem demais.
Ainda hoje também escutei, de outra pessoa, que eu me blindo demais. Que eu me fecho, que eu escolho o que mostro e escondo coisas demais. Que eu jogo iscas demais para me morderem de menos.
Quem me falou que eu me super exponho me conhece há 12 anos. E me conhece bem. Ou deveria. Quem falou que eu me blindo conversou - no sentido de parar e conversar – comigo duas vezes na vida. E, aparentemente, me conhece melhor.
Duas visões completamente distintas. As pessoas têm direito aos seus pontos de vista, inclusive quando o objeto sou eu. Não há certo. Não há errado. São apenas pontos de vista... Mas eu, inclusive eu, tenho meu ponto de vista sobre o objeto eu e sobre a qualidade daquilo que exponho e tenho a certeza que há múltiplas versões para qualquer verdade e que há múltiplas verdades para cada pessoa.
Não, não há regra, fórmula ou manual. Há princípios, poucos até, porque se a gente tem muitos princípios isso vira uma cagação de regra sem fim. E o que é lido aqui é somente um momento, um desabafo. Coerência nunca foi meu forte. Contradizer-me, sim. Eu discordo de mim*. É, portanto, inútil qualquer interpretação.
O que você pensa de mim é problema seu e isso representa o tanto que eu tenho de respeito por você, a ponto de não querer lhe convencer de absolutamente nada.
E sobre a palavra que a segunda pessoa falou pra mim, é engraçado como a palavra “blindar” e seus derivados têm aparecido para mim no último mês. Não era uma palavra do meu vocabulário, mas se tornou importante. As pessoas a têm usado para descrever-me. Ela serviu para mostrar-me quem não era meu amigo. Serviu para afastar-me de amigos. Serviu para entender como eu sobrevivo. Serviu para demonstrar como me escondo.
Coisas da vida essas sobreposições de sentidos, essa confluência de significados e expressões num mesmo fonema.
*Frase do Eduardo Wotzik, que poderia ser minha, por usocapião.
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